Enfrento a Madeira, porque as suas escarpas não se percorrem nem dominam, torneiam-se. A costa norte é clivosa, tão inclinada como o inferno, tão bela como a floresta que resiste aos aluviões. Dei comigo no Jardim do Mar, localidade encantada, com uma calçada minuciosa e povoada de ar puro. Gente que vai às lapas antes do almoço. É aqui, logo abaixo, que encontro um dos maiores disparates da Madeira. Ao longo da orla do Jardim do Mar houve uma intervenção absurda que revolta os locais e todos os de bom senso. Construíram uma promenade, como aqui lhe chamam, um passeio pedestre ao longo do mar. Nada teria de mal, nada teria de ilógico, se não tivesse acabado, praticamente, com uma das melhores ondas da ilha, como corria a fama “ O Havai da Europa”. A verdade é que o turismo que movimenta os praticantes desta modalidade é uma fonte de desenvolvimento para as localidades, ainda por cima, identificado com o bem-estar ecológico. A onda já não existe e a promenade está vazia. Quem lucrou ...
As crónicas de viagem de Raquel Ochoa