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Mensagens

A mostrar mensagens de 2012

Ser indiana num país como a Índia

Arambol é uma praia no norte de Goa onde confluem pessoas do mundo inteiro. Nos últimos tempos a procura é maioritariamente russa, o que tem trazido uma fama diferente a Goa, nunca a melhorar, devido a desacatos e episódios violentos. Aqui, de dia e de noite, as pessoas passeiam-se sem pressas, parece um parque de diversões para personagens inverosímeis. O mexicano com problemas de álcool, o jovem casal português do Cacém que depois de ter emigrado 10 anos em Inglaterra, decididos a voltar a Lisboa, deixam-se ficar mês e meio para evitar o Inverno, o consultor de imagem de um importante político russo que faz oposição a Putin, um casal de ingleses acima dos 50 que se perdeu no tempo e nas drogas, a sueca atraente e atiradiça que se divorciou há menos de um ano e não esconde que procura sexo ocasional, uma jovem grávida de seis meses com o seu companheiro, ambos nórdicos, sem medo de nada, ou o argentino atormentado, arquitecto de hospitais, que anda há ano e meio a viajar porque carr

O Mistério das Pirâmides Bósnias

(English translation in a few days) Raquel Ochoa, em Visoko “Temos de parar de agir como professores e passarmos a agir como alunos.” É assim que Sam Semir Osmanagich, fundador do Parque Arqueológico da Pirâmide do Sol da Bósnia, termina a entrevista. Será que, caso existissem indícios de estar incorrecta, grande parte da teoria publicada seria revista pela comunidade científica? Haveria abertura para a reformulação das conclusões? É isso que propõe Semir Osmanagich com a investigação das Pirâmides da Bósnia, as primeiras alguma vez encontradas na Europa, pois, segundo ele, o achado é tão fabuloso que obrigará a rever muitas das posições, rescrevendo a História. Confirmadas as suas suspeitas, estamos perante uma das construções humanas mais antigas jamais realizadas à face da terra. Assim que se atravessa a ponte acedendo à vila de Visoko, a 70 quilómetros de Sarajevo, vê-se um monte atapetado de verde e arborizado apenas numa das frentes. Saltam à vista os seus vértices alinhados

ÍNDIA 2012

Conheço a Índia há 10 anos. De 2001 para 2011 noto a Índia bem diferente (como se isto fosse um país homogéneo e não uma aglomeração de 26 países, portanto Estados, diferentes) na sua sempre surpreendente condição. A classe média cresceu, há tantos carros que não andavam por aqui da última vez (2007). A classe pobre também. Como há imensos novos milhões de pessoas, o trânsito já roça a guerra , o som das buzinas é constante, metódico, desagradável, invasivo. Habituamo-nos claro, tolera-se, mas estas estradas sem sinais de trânsito (não é uma hipérbole) são dominadas por quem apita mais, mais alto e ininterruptamente. A pobreza é cada vez mais chocante, sobretudo nas grandes cidades, mas é-o em todo o lado, pois o que eram cidades pequenas há uns anos, tornaram-se aglomerados assustadores neste momento. Crianças libertam as suas fezes doentes na linha, antes que o comboio chegue. Pessoas com cotos em vez de braços ou pernas, calcinados de tão negros. Nos subúrbios de Delhi vêm-se burro