

Marrocos
Epicentro de estímulos
Marraquexe, a vermelha, como lhe chamam os árabes, abre-se em avenidas largas, planeadas, espaçosas. Tudo muda de figura quando se entra na Medina. Um mundo labiríntico, de fachadas encavalitadas, onde o conceito de privacidade é confundido com o da tolerância. Comerciantes assediam constantemente e ninguém é imune - nem o turista mais coração de pedra lhes resiste.
- Nós e os portugueses temos muito em comum – diz um vendedor de tapetes – bom gosto, pouco dinheiro e gostamos de comprar camelo por preço de cabra.
A Praça de Djemmá el Fna é o centro da cidade e o epicentro de todos os estímulos. As estrangeiras são agarradas pelas mãos e se não estão atentas começam a ver nelas desenhadas tatuagens típicas. Dezenas de pessoas em cómica cacofonia perguntam a nacionalidade; encantadores de serpentes, domesticadores de macacos, bailarinas travestis, apostadores em jogos comunitários, contadores de histórias, músicos, acrobatas, charlatães, curandeiros, etc. ajeitam-se no espaço sempre em movimento.
A próxima paragem é Ourzazate, com o deserto na mira. O relato da experiência neste fica para outra ocasião.
Uma anotação de diário de bordo, apenas: Calculo o tempo como grãos de areia. A tempestade passou e o deserto ficou. Aumentou. Aparentemente é um sítio sem vida, mas nunca vi uma morte tão bonita.
A viagem continua, em direcção ao mar. Oitocentos quilómetros de estradas que serpenteiam montanhas secas ou atravessam vales em linha recta. A Polícia neste país aparenta ser a entidade mais odiada - nota-se o cansaço da população para com os seus agentes, nos constantes sinais de luzes avisando que mais à frente se encontra a polícia é prática constante e, embora não se deva generalizar, é normalíssima a prática do suborno entre marroquinos e com estrangeiros.
Embora o trânsito seja algo caótico devido ao variado número e forma de locomoção, há uma certa harmonia na forma como conduzem e sobretudo se adaptam às estradas. Os peões nunca têm prioridade mas seguem o mesmo modelo, encaixam-se nos espaços livres e seguem o seu rumo. Transgressões de todo o tipo são praticadas com grande tranquilidade, como se fossem menos violações do código da estrada pelo se carácter descarado, realizadas com muita calma.
Ao fim de umas quantas horas, depois de ter tocado o deserto, chego ao mar.
Curiosamente só penso no que deixei para trás. O deserto, perdido de amores pelo astro-rei, é o pólo oposto de Agadir. É o destino das largas extensões desflorestadas. A paisagem lunar da terra.
Epicentro de estímulos
Marraquexe, a vermelha, como lhe chamam os árabes, abre-se em avenidas largas, planeadas, espaçosas. Tudo muda de figura quando se entra na Medina. Um mundo labiríntico, de fachadas encavalitadas, onde o conceito de privacidade é confundido com o da tolerância. Comerciantes assediam constantemente e ninguém é imune - nem o turista mais coração de pedra lhes resiste.
- Nós e os portugueses temos muito em comum – diz um vendedor de tapetes – bom gosto, pouco dinheiro e gostamos de comprar camelo por preço de cabra.
A Praça de Djemmá el Fna é o centro da cidade e o epicentro de todos os estímulos. As estrangeiras são agarradas pelas mãos e se não estão atentas começam a ver nelas desenhadas tatuagens típicas. Dezenas de pessoas em cómica cacofonia perguntam a nacionalidade; encantadores de serpentes, domesticadores de macacos, bailarinas travestis, apostadores em jogos comunitários, contadores de histórias, músicos, acrobatas, charlatães, curandeiros, etc. ajeitam-se no espaço sempre em movimento.
A próxima paragem é Ourzazate, com o deserto na mira. O relato da experiência neste fica para outra ocasião.
Uma anotação de diário de bordo, apenas: Calculo o tempo como grãos de areia. A tempestade passou e o deserto ficou. Aumentou. Aparentemente é um sítio sem vida, mas nunca vi uma morte tão bonita.
A viagem continua, em direcção ao mar. Oitocentos quilómetros de estradas que serpenteiam montanhas secas ou atravessam vales em linha recta. A Polícia neste país aparenta ser a entidade mais odiada - nota-se o cansaço da população para com os seus agentes, nos constantes sinais de luzes avisando que mais à frente se encontra a polícia é prática constante e, embora não se deva generalizar, é normalíssima a prática do suborno entre marroquinos e com estrangeiros.
Embora o trânsito seja algo caótico devido ao variado número e forma de locomoção, há uma certa harmonia na forma como conduzem e sobretudo se adaptam às estradas. Os peões nunca têm prioridade mas seguem o mesmo modelo, encaixam-se nos espaços livres e seguem o seu rumo. Transgressões de todo o tipo são praticadas com grande tranquilidade, como se fossem menos violações do código da estrada pelo se carácter descarado, realizadas com muita calma.
Ao fim de umas quantas horas, depois de ter tocado o deserto, chego ao mar.
Curiosamente só penso no que deixei para trás. O deserto, perdido de amores pelo astro-rei, é o pólo oposto de Agadir. É o destino das largas extensões desflorestadas. A paisagem lunar da terra.
olá, é só para dizer que estou a acompanhar, a gostar muito e claro à espera de mais actualizações ;-)
ResponderEliminarcumps,
ja
Voçe sabe, si em marrocos se practica surf e bodyboard y como e que as comunidades podría beneficiarse de este deporte, culturalmente podría ser aceptado?
ResponderEliminarGracias por sus viajes, son de mucha inspiración