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S. Miguel

S. Miguel
A maior ilha e onde a comunicação pode ser mais difícil. O sotaque é mais cerrado que em qualquer outro local, mas é uma questão de treino. São precisos alguns dias para percorrê-la toda. É um verdadeiro parque de diversões para amantes da natureza, tem tantas atracções que é necessário fazer uma lista.
A não perder: A Lagoa do Fogo, de arrepiar de tanta beleza; a Lagoa das Sete Cidades; as Furnas e os seus banhos em D. Beija, águas quentes brindadas pela montanha; Ferraria, na costa norte, banhos quentes/escaldantes em pleno oceano Atlântico – só entrando naquela água se acredita; o ilhéu de Vila Franca, um enorme rochedo oco, lá dentro esconde uma praia paradisíaca; a Caldeira Velha, a praia de Santa Bárbara, o Nordeste da ilha, etc, etc.
Na ilha de S. Miguel começamos a pactuar daquilo que é a surrealidade dos Açores, experiências de beleza tão fortes que mais facilmente associamos ao reino da fantasia do que à paisagem de uma ilha a navegar no oceano.
Caso não se frequente muito Ponta Delgada, uma cidade muito bonita porém, a capacidade que as ilhas têm de resgatar o tempo aos seus contornos apressados começa a fazer-se sentir. Os nevoeiros que aparecem e desaparecem retiram ao transeunte as pressas, aqui a instabilidade climatérica cria uma certa estabilidade emocional: não existem preocupações quando todos os impulsos têm uma única vontade – apreciar.












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