Avançar para o conteúdo principal

S. Miguel

S. Miguel
A maior ilha e onde a comunicação pode ser mais difícil. O sotaque é mais cerrado que em qualquer outro local, mas é uma questão de treino. São precisos alguns dias para percorrê-la toda. É um verdadeiro parque de diversões para amantes da natureza, tem tantas atracções que é necessário fazer uma lista.
A não perder: A Lagoa do Fogo, de arrepiar de tanta beleza; a Lagoa das Sete Cidades; as Furnas e os seus banhos em D. Beija, águas quentes brindadas pela montanha; Ferraria, na costa norte, banhos quentes/escaldantes em pleno oceano Atlântico – só entrando naquela água se acredita; o ilhéu de Vila Franca, um enorme rochedo oco, lá dentro esconde uma praia paradisíaca; a Caldeira Velha, a praia de Santa Bárbara, o Nordeste da ilha, etc, etc.
Na ilha de S. Miguel começamos a pactuar daquilo que é a surrealidade dos Açores, experiências de beleza tão fortes que mais facilmente associamos ao reino da fantasia do que à paisagem de uma ilha a navegar no oceano.
Caso não se frequente muito Ponta Delgada, uma cidade muito bonita porém, a capacidade que as ilhas têm de resgatar o tempo aos seus contornos apressados começa a fazer-se sentir. Os nevoeiros que aparecem e desaparecem retiram ao transeunte as pressas, aqui a instabilidade climatérica cria uma certa estabilidade emocional: não existem preocupações quando todos os impulsos têm uma única vontade – apreciar.












Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Cratera de Pinatubo - Filipinas

(English version below) A subida à cratera Pinatubo consistiu em duas partes perfeitamente distintas. Fizemo-nos à estrada ainda de noite, às cinco. Montados no jipe, aguardava-me a viagem mais dura num 4x4 de que tenho memória. Deixa-se o alcatrão e as facilidades da vila de Botolan para se mergulhar numa extensão de areia cinzenta. O veículo cambaleava, e com ele os corpos, como bonecos. Logo de seguida, sem aviso, o piso torna-se tão pedregoso que é como se os pneus nos bombardeassem. Ora bem, até aqui, foi divertido. Chegou o rio, muito largo mas com pouca profundidade. Uns aldeões acabavam de o atravessar com um potente búfalo e carroça. O condutor pediu-lhes instruções – garantindo-nos portanto que ele não tinha certeza do que fazia. A ofensiva ao rio aconteceu a alta velocidade. Água espirrou por todo o lado, para dentro do jipe e das nossas coisas, mas isso por enquanto são tudo danos colaterais. Quando, em terra firme, a velocidade aumentou, todos os passageiros d...

Jornal de Letras - há algum tempo escrevi a rubrica "Diário" - agora divulgo.

Bolívia, Cordillera Real, 2012 Raquel Ochoa 34 anos, publicou duas biografias e três romances, um dos quais distinguido com prémio literário revelação Agustina-Bessa-Luís, mas começou por escrever uma crónica de viagens “O Vento dos Outros”. Chama-lhe “língua-mãe” e o seu percurso explica porquê. Mundo aos goles (pouco) espaçados Agosto de 1999 Percorrer a Europa para fugir dela, já havia pressa de compreender o que consistia o além, sondar o transcontinental, e por isso, com três amigos, o interrail tinha a Capadócia em mente, passando por Itália, ilhas gregas, entrada por Ankara e longos percursos de autocarro até ao casario de cavernas, a paisagem de deserto esculpido. Agosto de 2000 Foi tão grande o impacto da primeira viagem que logo se criou nova oportunidade de partir. Desta vez, outro interrail, sem companhia a maior parte do tempo, pelas ilhas croatas, ao longo da Europa do Leste, Alemanha e Holanda. Viajar só com a mochila, um caderno e dois livros...

Perahera - encontrar o maior festival do Sri Lanka

SEE BELOW FOR THE ENGLISH VERSION Perahera Em Kandy é considerado o maior espectáculo e demonstração cultural do país, mas a versão indiscutivelmente menor que me tocou na zona de Aluthgama (talvez um vigésimo da sua dimensão)já deixa uma bela impressão. Sendo um festival budista que celebra o primeiro ensinamento de Buda depois da Iluminação, exibe em procissão uma das suas relíquias. Relaciona-se também com uma outra procissão em tempos considerada essencial para chamar a chuva. Os primeiros rapazes trazem longas cordas castanhas, são chicotes mas mais fazem lembrar um peludo animal comprido. A forma como o projectam no ar produz um som tremendo - sem nos bater, o som chicoteia. Uma vez que não guardam grande distância entre si, não é compreensível como conseguem não se maltratar uns aos outros ou mesmo a assistência acotovelando-se para os ver. Depois desta abertura surge o primeiro elefante. Vestem-no com uma indumentária carregada de electricidade, com luzes o...